Decisão do STF derrubou a exigência do documento na quarta-feira (17).
Docentes e estudantes temem que a decisão enfraqueça a classe.
Paulo Toledo Piza Especial para o G1, em São Paulo
O fim da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista dividiu as opiniões no mundo acadêmico. Professores e alunos consultados pelo G1 disseram temer que a decisão tomada quarta-feira (17) pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) enfraqueça a classe. Outros acreditam que o mercado de trabalho permanecerá o mesmo.
O estudante de jornalismo Rahal Ahmad, de 21 anos, ficou desanimado com a notícia. “É muito ruim, pois pode fechar algumas portas, mas acho que as grandes empresas jornalísticas manterão a exigência do diploma”, comentou.
A aluna Aline Lamas, de 19 anos, teme o enfraquecimento da classe. “Isso dificulta a regulamentação da profissão”, disse. “Aprendemos muitas coisas na faculdade, como sociologia e psicologia. Acho complicado alguém escrever sem essa base.”
Gabriela Rangel, de 20 anos, concorda com sua colega. “Essa decisão [do STF] não deverá melhorar a qualidade do jornalismo. É importante o profissional ter noção da teoria que só se adquire na faculdade.”
A opinião da jovem vai contra a do presidente do STF, Gilmar Mendes. Na quarta-feira, ele afirmou que, a seu ver, o fato de um jornalista ser graduado não significa mais qualidade na área. “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.”
No terceiro ano de graduação, o futuro jornalista Greg Fernandes, de 22 anos, concorda com a decisão de Mendes. “Não precisa de faculdade para saber como apurar uma notícia. Não é certo só jornalistas escreverem nos jornais”, afirmou.
Apesar de o diploma não ser mais necessário, nenhum dos estudantes ouvidos pensa em desistir da formação superior.
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